terça-feira, 17 de julho de 2012

Era assim que se comia antigamente...

… Mas quando eu falo de certos petiscos, iguarias ou pratos que faziam parte da minha alimentação até ter completado a minha primeira década de vida muita gente fica chocada, abismada e mesmo, diria eu, enojada.

Confesso que muitas das coisas que antes comia seriam agora impossíveis de degustar e já explico porquê. Cá ficam alguns dos pratos que compunham o estranho menu lá de casa:

- Feijoada de caracoletas;
- Tutano de osso de vaca;
- Mioleira (com ou sem ovos);
- Perninhas de rã (especialidade alentejana);
- Língua de vaca;
- Cabeça de peixe – sim, come-se tudo, olhos e miolos também;
- Mão de vaca;
- Salada de orelha de porco;
- codornizes fritas;
- Chanfana;
- Orelha de porco, entre outros…

(atenção, eu também comia coisas normais e não, a minha família não é alienígena, e nem comemos com as mãos sentados no chão numa caverna escura com fatos iguais aos dos Flintstones)

Eu sei que muita gente achará tudo normalíssimo, outros tantos ficarão chocados. Mas antes comia-se assim e os meninos não se podiam negar e as mãezinhas não iam fazer um segundo prato, nem bifinhos com batatas fritas. Se não se gostava, comia-se menos… E querem saber? Acho muito bem… Se em todas as famílias tivesse sido assim, hoje não havia tanta esquisitice.

Claro que todos nós temos as nossas preferências e existem certamente sabores, texturas e alimentos com os quais não simpatizamos, mas não gostar de peixe at all, não gostar de sopa at all, de verduras, de carne com gorduras e etc e tal não me parece aceitável.

Se hoje como estas coisas? Nem todas, simplesmente porque algumas se tornaram perigosas de comer, outras mexem com os meus valores e causas em que acredito e outras ainda porque não sei confeccionar, mas tenho umas saudades loucas…

(A minha inspiração para este post surgiu da promoção da Goodlife – 51% de desconto para provar peixinhos da horta num restaurante em Lisboa. Com isto viajei no tempo e lembrei-me dos peixinhos da horta que a minha avó fazia, das farófias, das papas de milho fritas, dos bolos caseiros, das batatas às rodelas caseiras, da manteiga caseira, dos iogurtes caseiros e por aí fora.

Olho para trás e vejo que tive uma infância feliz, não brinquei só com bonecas, até porque tinha poucas… mas pude pisar uvas para fazer vinho, sujar-me à vontade, fazer sopas de detergente, cascas de batatas e outras porcarias para o almoço do meu pai [que ele obviamente não comia, não faz parte do menu estranho], passar as tarde no pátio, no divã e numa piscina improvisada, fazer bolos com a minha avó, andar de bicicleta durante a tarde sem medos nem receios… tinha liberdade para ser criança e para brincar e viver para além de uma consola de jogos, de um computador e de uma televisão… Outros tempos).






P.s 1- Parabéns a nós por mais um começo neste blog 5*****.

P.s 2 - Ainda não aderi ao acordo ortográfico.


3 comentários:

  1. É sempre uma viagem diferente quando voltamos à nossa infância, claro que não andei comendo os mesmos pratos, alguns nem faziam parte do lugar onde cresci, mas outros eram os favoritos da minha mãe. As brincadeiras, fiz tantas, tive uma infância privilegiada e de que usa o cérebro para pensar nas "artes" que irá aprontar ;)isso influencia até hoje. Sou criança :)
    *eu entendi que era o "meu pai" :P

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  2. Eu ainda hoje não provei alguns desses pratos. Até aos meus 10 anos comi 'pratos' mais comuns até porque acho que a minha mãe não gosta muito desse tipo de comida ehehe. Entretanto já provei 2 pratos que referes. Dos outros alguns tenho curiosidade outros nem tanto ;)

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  3. Olá amiguinhos! Ao ler este texto, fez-me viajar um pouco pela minha infãncia, que foi feliz! Fomos crianças e não crianças à press.
    E comiamos comida saudável, acima de tudo! Quanto a isso da esquisite, acho que sempre vai haver e não vale a pena obrigar ninguém a comer o que simplesmente não gosta mas considero muito importante incluir uma ementa saudável, de peixe e vegetais, na alimentação de uma criança!

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