quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Tabus!

Não é à toa que existem assuntos proibidos. Lembro-me de na faculdade ir à apresentação de uma cadeira em que o respectivo professor (MM) disse haver 3 assuntos proibidos - politica, touradas e aborto - (penso que eram estes, até porque se quisermos podemos juntar mais uns quantos a esta lista - religião, eutanásia, homosexualidade, transsexualidade).

Eu considero-me mesmo, mas mesmo uma pessoa com mente aberta, e o que quero dizer com mente aberta, é que não acredito em formulas, em verdades absolutas, falsos moralismos e convicções que não têm qualquer razão de ser a não ser a casmurrice. A minha opinião é mutável, mas os meus valores não. Acima de tudo considero que o nosso bem mais precioso é o livre arbítrio, a capacidade que temos de escolher, de perceber o que é certo e o que é errado. Mas se por um lado acredito que não conseguimos definir e limitar liberdades do ponto de vista metafisico, acredito também que ao nível físico o mesmo já não acontece. Existem limites, existe o limite do nosso corpo e do corpo de um outro ser. Posto isto, eu não posso, nem quero, nem acho justo perder o meu tempo a delimitar liberdades alheias, a decidir se fulano A deve ou não poder escolher morrer, depois de 20 anos acamado, sem sequer conseguir mexer os olhos. Não, esta decisão não me compete a mim mas sim a ele. A morte assistida não tem de ser obrigatória, só tem de ser opcional para quem a quiser escolher. Da mesma forma que o aborto não tem de se tornar um novo contraceptivo, só tem de ser opção para quem o quiser fazer, se por uma serie de razões QUE NÃO DIZEM RESPEITO A NINGUÉM for a melhor, ou a menos má alternativa (sim, porque o aborto é uma coisa pesada, com consequências físicas e psicológicas, não é o mesmo que ir ao cabeleireiro). Homosexualidade... Há quem diga que é uma doença. Vale mesmo a pena comentar? Dizer que se for de facto uma doença, sempre houve doentes destes desde o inicio dos tempos? Que é tão doentio quanto a heterosexualidade? Não vale. No fundo estes temas podem ser discutidos até à exaustão sem que ninguém mude uma virgula do que pensa. Agora, porque acho eu que as minhas escolhas e opiniões são as certas e as contrárias às minhas as erradas?! Estou sempre aberta a discussões desde que o argumento não seja que Deus blá blá blá whiskas saquetas quis ou não quis que fosse assim!!! Porque ninguém, nem mesmo o "santo padre" sabe o que Deus quer ou deixa de querer (e certamente não seria gente cínica que bate com a mão no peito contra o aborto, mas já fez 7, nem quem diz a missa aos Domingos e depois vai às segundas assediar criancinhas na catequese. Com certeza também não quereria conventos, com catacumbas cheias de esqueletos de recém nascidos, ou será que queria? Ou será que é Deus e não o Homem quem povoa este mundo com maldade, egoísmo e avareza? Não me parece, mas lá que tem as costas largas, tem).

E esta sou eu racional, ponderada, integrada e adaptada à sociedade que se dispõe a conversar e a debater. Depois há um eu agressivo e raivoso e inadaptado e injustiçado, frustrado e impotente que só tem vontade de mandar tudo pro...........................! Portanto... sim... o MM tinha toda a razão... há assuntos intocáveis.

Um comentário:

  1. São os tais assuntos que podem ser falados com pessoas de mentes abertas e disponíveis a falarem algo mesmo que seja diferente do que os outros pensam, mas que não entrarão numa briga enorme. Eu ainda acredito num mundo assim, com pessoas a viverem intensamente sem se preocuparem com as opções sexuais alheias, com a escolha de quem sofre muito e opta por partir, com abortos etc que sejam situações refletidas por quem faz parte do contexto. Só os envolvidos sabem o que lhes será o melhor.

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